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Um novo olhar sobre a crise: porque certificar a produção de carne?

O Brasil ocupa o 2º lugar em produção mundial de carne bovina. Só perde atualmente para o Estados Unidos. Apesar de produzir tanto, o nosso país perde muito em seus índices de produtividade e em descumprimento a várias exigências em relação à qualidade e à sanidade junto à comunidade europeia.

Quando se fala em parâmetros na qualificação e quantificação da rastreabilidade da carne bovina para garantir ao consumidor europeu um produto controlado em todas as fases da produção, desde a fazenda até o prato, percebe-se que ainda deixamos muita coisa a desejar.

Sabemos que nossa carne tem real atratividade ao mercado europeu por ser considerada de “boi verde”, ou seja, boi de pasto. Isso porque a maior parte e nosso rebanho é criada em pastos livres. Temos boi verde, temos pastos livres, mas nos falta ainda critérios que diferenciem, verdadeiramente, a carne brasileira nas prateleiras não pelo preço, mas sim pela qualidade certificada.

Ainda se consome muita carne no Brasil de forma clandestina e isso acaba provocando uma concorrência desleal com os produtos certificados. Afinal, as questões sanitárias para o atual consumidor acabam sendo menos importantes que a imagem do produto e seu preço. Logo, somos também responsáveis por manter nos mercados produtos duvidosos e de baixa qualidade.

Por que certificar a produção de carne?

A certificação da carne tem como objetivo “garantir ao consumidor um produto seguro, saudável, de alta palatabilidade e com as características organolépticas exigidas, por meio do controle de todas as fases da produção, do controle das raças utilizadas, das análises laboratoriais, da industrialização, do transporte, da distribuição e da comercialização, com uma perfeita correlação entre o produto final e a matéria prima que lhe deu origem”.

O que falta atualmente no BRASIL são critérios mais rígidos de garantia da carne, principalmente no que concerne a textura, grau de contaminação microbiológica, presença ou não de resíduos tóxicos, valor nutritivo e suculência, que acabam não sendo passiveis de avaliação pelo consumidor no ato da compra. Por tudo isso, a certificação é tão importante. Por que só ela pode nos garantir um produto de qualidade.

Com a certificação, todo mundo ganha, ganha o consumidor, com produtos de mais qualidade e ganha a empresa que passa a explorar os benefícios resultantes da implantação de processos, tais como, a racionalização de tempo gasto nas atividades; a redução do consumo e do desperdício de recursos; a melhoria da qualidade do produto; a diminuição de entraves associados a barreiras comerciais; a proteção à saúde do consumidor e ao ambiente; a segurança e a confiabilidade no produto.

Empresas com certificações ISO 9001, ISO 14001, ISO 22001, EUREGAP e que segue rigorosamente os princípios da APPCC (análise de perigos e pontos críticos de controle) em consonância com as auditorias de Adequação e conformidade, Legal (inspeções sanitárias como exemplo), garantem rastreabilidade e confiabilidade com qualidade.

O que se avalia nas certificações?

a) Unidade de Produção: Identificação de Animais (ou lotes),

b) Avaliação da infraestrutura e instalações da propriedade, das condições de bem-estar animal, disponibilidade e distribuição de água e alimentos;

c) Registro de trânsito de animais e manejo sanitário da propriedade (tratamentos utilizados, animais tratados, períodos de carência, etc.)

d) Condições de veículos de transporte manejo dos animais pelo condutor, condições de transporte (tempo/distância de percurso, descanso, fornecimento de água e alimentos);

e) Avaliação do recebimento e alojamento dos animais, condições de dessensibilização e sacrifício,

f) Identificação das carcaças (sistema de rastreabilidade), estrutura de frio, processo de resfriamento e maturação das carnes;

g) Avaliação da instalação e limpeza do local, controle de pH e temperatura das carnes, rastreabilidade do processo;

h) Controle de etiquetagem, expedição, armazenagem e exposição dos produtos.

i) Registro das atividades/manejo da propriedade

j) Plano de Manejo das Propriedades

k) Plano de Prevenção de Acidentes de Trabalho

l) Registros de treinamento/formação de pessoa, responsabilidades

m) Registros de reuniões realizadas

n) Treinamento para fundamentos de: Rastreabilidade, Bem-Estar Animal/Transporte de Animais, Manejo Sanitário

o) Destinação de Resíduos/Embalagens

p) Uso de Pesticidas/Armazenamento

q)Uso de Fertilizantes

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Deivison Pedroza
CEO e presidente do Grupo Verde Ghaia
Artigo publicado no Jornal Estado de Minas /Caderno Opinião – 1° de abril de 2017

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