Quando é falado em proteção ambiental, é necessário entender que este tipo de pensamento se deu de forma global a partir de 1972, com a primeira convenção internacional de proteção do meio ambiente. Esta convenção ficou conhecida como a Convenção de Estocolmo de 1972, tendo apresentado como um destaque a discussão do tema de desenvolvimento sustentável, mesmo que tal discussão ainda aparecia de forma embrionária.
De forma geral, quando é falado em sustentabilidade, este termo, refere-se ao conceito de Desenvolvimento Sustentável criado no Relatório Brundtland de 1987. Neste relatório foi instituído que as empresas teriam uma atuação extremamente relevante na proteção do meio ambiente, sendo o conceituado Desenvolvimento Sustentável como uma preocupação com o pilar social, ambiental e econômico.
Foi criado também o documento denominado de “Nosso Futuro Comum”, que em linhas gerais, cria a preocupação com o meio ambiente para as presentes e futuras gerações. Preocupação esta que está diretamente vinculada ao conceito de Desenvolvimento Sustentável, pois é a partir deste que será possível proporcionar uma preservação ambiental combinada com as atividades desenvolvimentistas, mediante atuação dos estados e principalmente das empresas.
Em 1992, foi realizado a ECO-92, convenção sediada no Brasil. Esta convenção tratou de inúmeros temas relevantes para as discussões mundiais findadas na proteção ambiental, tendo um de seus pontos relevantes o incentivo das empresas na efetivação da proteção do meio ambiente, por meio do Desenvolvimento Sustentável. Dessa forma, através da ECO-92, foi concretizado a necessidade de proteção ambiental que as empresas deveriam ter, mencionadas no Relatório Brundtland.
Durante este período ocorreu a criação da Responsabilidade Social Corporativa (RSC), esta visa tornar efetivo a participação das empresas em questões sociais e ambientais. De forma que, a RSC distingue os objetivos que as empresas possuem dos objetivos apresentados pelos sócios administradores, assim é criado uma distinção efetiva de objetivos, logo mesmo que os sócios administradores não possuam o interesse em realizar tais atividades, as empresas por possuírem objetivos distintos devem seguir com tal proteção.
Esta distinção foi necessária, pois entendeu-se que as empresas possuem uma responsabilidade para com a sociedade, então quando se trata de assuntos sensíveis as empresas precisam ajudar a combater estes problemas, como a necessidade de preocupação com o meio ambiente afirmado acima. Uma das formas de auxiliar a sociedade em relação a proteção ambiental seriam através do Marketing Verde.
O Marketing Verde não se limitando a meras publicações de informações de atividades sustentáveis, mas também, incluindo uma gestão na melhoria dos processos das empresas para tornar suas atividades sustentáveis. Por isso, justifica-se a necessidade de as empresas apresentarem atividades que, como já mencionado, promovem a proteção ambiental.
Neste aspecto, a utilização do Marketing Verde é entendida como: a propaganda das empresas envolvendo não somente produtos, mas também serviços realizados pela mesma que gerem o menor impacto ambiental possível. Ou seja, as empresas que por vontade própria, desejam implementar tais modificações dentro dos seus sistemas de produção e ou prestação de serviços, agirão em conformidade com o que foi estabelecido no Relatório Brundtland e se enquadraram dentro da perspectiva do Marketing Verde.
Mediante tais atitudes, os investidores (steakholders), acabam percebendo o potencial de preservação e preocupação ambiental que a empresa possui e consequentemente podem começar a investir nesta. Tais investimentos, proporcionados pelos steakholders, acabam atraindo não somente outras empresas que desejam preservar o meio ambiente e por consequência se beneficiarem por tais investimentos, mas também empresas que porventura só possuem o interesse em adquirir os investimentos feitos por eles.
Empresas que desejam alcançar os investimentos providos pelos steakholders, mas que não apresentem nenhum tipo de estratégia que se enquadre dentro dos conceitos estabelecidos de Marketing Verde e divulgam informações falaciosas a respeito de atitudes sustentáveis, serão enquadrados dentro de uma perspectiva de Greenwahsing. Entende-se como Greenwashing, a divulgação de informações falaciosas, referente a supostas modificações na linha produtiva da empresa, que gerariam um menor impacto ambiental.
Caso uma empresa venha a realizar uma atitude considerada como Greenwashing, esta será vista pelos steakholders como uma empresa antiética, por isso, estes possivelmente não iram investir em tal empresa. Assim, não é aceito pelos steakholders, que empresas forjem atitudes sustentáveis para se beneficiar de seus investimentos, pois estariam descumprindo os concentos estabelecidos nas Convenções supracitadas e burlando tais sistemas de investimentos.
Por: Tiago Tartaglia Vital | Compliance ESG