A revolução industrial fomentou o modelo econômico baseado no consumismo e no pressuposto que os recursos eram abundantes e de fácil acesso. Extrair, produzir e descartar, são os três passos do modelo linear utilizado até hoje pela maior parte da indústria.
Ao não assumir que os recursos são finitos, a cultura linear não planeja devidamente o descarte de tudo aquilo que é gerado, produzindo toneladas de resíduos por ano e poluindo cada vez mais o planeta, tornando o sistema econômico linear insustentável.
E como podemos mudar esse modelo sem afetar o desenvolvimento econômico? Primeiro vamos imaginar a seguinte situação: uma macieira brota, cresce e começa a produzir frutos. Sua maçã cai e alimenta diversos animais, mas aquelas que não são consumidas, fertilizam o solo e reiniciam o ciclo. Ou seja, “na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, como bem definiu Lavoisier em uma das suas frases mais famosas.
Na natureza não existe a definição de “lixo”, tudo é reaproveitado de alguma maneira, mantendo assim o equilíbrio dos recursos. Semelhante ocorre na Economia Circular, temos o conceito “do berço ao berço” (cradle to cradle), onde o lixo também não integra seu ciclo. Os resíduos tornam-se matérias-primas em novos processos, sendo reutilizados em produtos variados, ou inseridos no mesmo ciclo novamente.
Pearce & Turner (1989) averiguaram o fato de que a economia tradicional não incluía a reciclagem no seu ciclo. Assim, com a ideia de que um modelo econômico que adotasse um sistema circular era um pré-requisito para a manutenção da vida humana na Terra, eles introduziram o conceito de Economia Circular.
Repensar ou planejar um novo produto para que sua cadeia de produção se adapte ao modelo circular é um desafio que deve ser compreendido como investimento futuro. Sendo assim, o conceito de economia circular está relacionado diretamente com o desenvolvimento sustentável, já que torna a sociedade mais eficiente em reaproveitar aquilo que um dia era descartado, evitando fatores que impulsionam o aquecimento global, poluição e finitude dos recursos ambientais.
Além do planejamento, a disponibilidade de tecnologias que transformaram resíduos em novos produtos também é de extrema importância no ciclo do sistema circular. Na terceira temporada do ESG de Fato, a CEO da Ambipar | VG, Daniela Pedroza recebeu três grandes nomes da área: o CEO do Grupo Ambipar Leon Tondowski, o Diretor de Sustentabilidade do Grupo Ambipar Rafael Tello e o Professor Doutor da Universidade Presbiteriana Mackenzie Alaercio Nicoletti, para discutir as oportunidades e desafios para o desenvolvimento das bases tecnológicas para Economia Circular. Confira abaixo como foi esse bate-papo.
Melhore seu desempenho legal atendendo às exigências das Normas ISO da Qualidade, Saúde e Segurança, Meio Ambiente, Responsabilidade Social, Gestão de Riscos e muitas outras! Atenda às expectativas de mercado e amplie o seu negócio.
CLIQUE AQUI e saiba mais.
Yasmim Romeni | Consultora ESG
Fonte: PEARCE, D. W.; TURNER, R. K. Economics of natural resources and the environment. Baltimore: Johns Hopkins University, 1989