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Ratings ESG: o que são e como funcionam

investimento esg

Ratings ESG e seus índices sustentáveis.

O que é o ESG e como saber em qual empresa é melhor investir dinheiro?

Os Ratings ESG servem para auxiliar os investidores que desejam ativos sustentáveis: Qual a melhor rentabilidade? Quais os riscos? Ou como saber se uma empresa é confiável para os investidores no quesito ESG?

Hoje existem agências especializadas em dar estas respostas, oferecendo segurança para os investimentos. São as agências de ratings cujo objetivo é avaliar o risco de determinados produtos financeiros de empresas, bancos e governos, por exemplo.

E os ratings estão intimamente relacionados com as práticas de governança e de políticas socioambientais adotadas pelas empresas. São os ratings ESG, que tentam quantificar o impacto que atividades sociais e ambientais, juntamente com o modelo de governança, terão no desempenho financeiro futuro das empresas.

Como esse assunto é muito importante, fizemos este artigo para você tirar todas as dúvidas sobre rating ESG e entender que quanto mais forte forem as práticas ESG de uma empresa, melhor o desempenho de sua classificação de risco financeiro.

Confira!

O que são ratings?

Os ratings são avaliações emitidas por agências de classificação de risco sobre a qualidade de crédito. Estas agências avaliam a capacidade de um banco, financeira, empresa, país, de honrar suas obrigações financeiras integralmente e no prazo determinado.

Algumas das agências mais tradicionais do mundo são a Moody’s, a Standard & Poor’s (S&P) e a Fitch Ratings, que operam mediante remuneração, sendo contratadas por empresas e estados que desejam ser classificados.

A classificação de riscos segue uma denominação de risco própria de cada agência. Mas elas classificam os investimentos em dois grandes grupos: os que possuem grau especulativo e os que possuem grau de investimento1;2.

Moody’s – www.moodys.com

Aaa – Mais alta qualidade
Aa1, Aa2, Aa3 – Qualidade muito alta
A1, A2, A3 – Qualidade alta
Baa1, Baa2, Baa3 – Boa qualidade
Ba1, Ba2 – Especulativo
B1, B2, B3 – Altamente especulativo
Caa1, Caa2, Caa3 – Risco substancial
Ca – Risco muito alto
C – Risco excepcionalmente alto

Standard & Poor’s (S&P) – www.standardandpoors.com/pt  

 AAA – Mais alta qualidade
AA – Qualidade muito alta
A – Qualidade alta
BBB – Boa qualidade
BB – Especulativo
B – Altamente especulativo
CCC – Risco substancial
CC – Risco muito alto
C – Risco excepcionalmente alto
D – Inadimplente

Fitch Ratings – www.fitchratings.com

AAA – Mais alta qualidade
AA – Qualidade muito alta
A – Qualidade alta
BBB – Boa qualidade
BB – Especulativo
B – Altamente especulativo
CCC – Risco substancial
CC – Risco muito alto
C – Risco excepcionalmente alto

Nas agências Fitch Ratings e Standard & Poor’s: a nota mais baixa do grupo de investimento é a nota BBB-, BBB, BBB+ (qualidade média de investimento). Seguem-se, em ordem crescente, as notas de maior grau de investimento A-, A, A+, AA-, AA, AA+ e AAA. O restante fica como grau especulativo.

Na Moody’s, a ordem de investimento em ordem crescente é Baa3, Baa2, Baa1 (categorias medianas de investimento), A3, A2, A1, Aa3, Aa2, Aa1, Aaa. O restante tem grau apenas especulativo.

E qual a relação das práticas ESG com os ratings?

Nos dias de hoje, com a sustentabilidade em alta, os investidores têm optado por investir em empresas socialmente responsáveis, sustentáveis e rentáveis. Isso porque, segundo eles, estas empresas estão mais preparadas para enfrentar riscos sociais, ambientais e econômicos e gerar valor para os acionistas a longo prazo.

Nesse caso, como saber onde investir? Como avaliar quais empresas são melhores em práticas ESG?

Quando falamos das práticas ESG, os ratings também estão presentes. Basicamente ratings ESG é uma forma de medir o quanto uma empresa adota boas práticas ambientais, sociais e de governança. Quanto melhor a sua performance e quanto mais precisas as ações e informações disponibilizadas sobre as práticas ESG, melhor é a classificação obtida.

A classificação dos riscos conforme ESG “têm como objetivo medir a resiliência de uma empresa a riscos ESG financeiramente relevantes no longo prazo, identificando e avaliando estes riscos ao nível de cada Empresa e, porventura, ao nível de uma carteira de investimento”3.

Destaque em investimentos ESG

Entre as agências que fornecem as informações e que se destacam temos a MSCI, a Sustainalytics, recentemente adquirida pela Morningstar, e a Refinitiv.

Recentemente, a S&P, Moody’s e a Fitch Ratings entraram neste negócio, adquirindo fornecedores de dados e ratings ESG ou integrando análises ESG em seus ratings de crédito, como também as mais especializadas ISS ou Carbon Disclosure Project (CDP).

Assim como as agências que analisam os ratings, citadas acima, existem diferenças na classificação de riscos entre uma empresa de rating e outra. Por exemplo, a MSCI e a Sustainalytics primeiro identificam os vários riscos ESG relevantes a que uma empresa e setor estão expostos para, em seguida, analisar quais iniciativas a gestão das empresas leva a cabo para mitigar esses riscos.

Como são classificados os ratings ESG?

Para a Sustainalytics, que possui 12 mil companhias em sua base, os ratings ESG “são classificados entre Negligible (melhor classificação) e Severe (pior), numa classificação absoluta, ou seja, comparável entre os vários setores. Numa primeira instância a Sustainalytics determina os Material ESG Issues (MEI), como temas com maior probabilidade de gerar impacto, e aplica uma pontuação sobre que percentagem da exposição a esse risco foi gerida pela empresa. Estes MEI são posteriormente avaliados em 3 dimensões: exposição, gestão e risco não gerido”3.

A MSCI, que possui em sua base 8,5 mil organizações (14 mil se incluir as subsidiárias), calcula a exposição de cada empresa aos principais riscos ESG com base em “seu principal produto ou segmento, a localização de seus ativos, suas fontes de receita, além de outras medidas relevantes, como a existência de produção terceirizada. A análise leva em consideração até que ponto a empresa foi capaz de desenvolver estratégias robustas para gerenciar seus riscos, bem como aproveitar as oportunidades”4.

Para calcular os ratings ESG, a MSCI elaborou um conjunto de temas e questões-chave com maior probabilidade de gerar impacto, passíveis de serem considerados em cada empresa:

Fonte: MSCI; XP Investimentos4

O MSCI atribui pesos diferentes para cada questão-chave. Portanto, o peso de cada uma das letras que compõem o ESG, ou seja, o meio ambiente, o social e a governança, vai variar de setor para setor, dependendo da área de atuação da empresa.

Para chegar ao rating ESG final, a MSCI calcula uma média ponderada das diferentes pontuações nestes temas e, por fim, as pontuações das organizações são normalizadas por seus setores.

A classificação do rating ESG de uma empresa pode ser:

A diversidade de metodologias gera divergências de resultados das classificações ESG

As diferenças que existem na medição dos ratings ESG geram divergências nas classificações ESG. Ou seja, diferentes fornecedores medem o desempenho da mesma empresa na mesma categoria de maneira diferente.

Por exemplo, as classificações ESG da empresa Tesla com base nos ratings da Sustainalytics, MSCI e ISS Score são4:

Estas divergências acontecem devido à falta de coerência nas divulgações ESG pelas empresas, por diferentes ponderações feitas bem como por diferentes avaliações dentro das categorias. Isso porque os fornecedores de dados e ratings ESG não são regulamentados, ao contrário das agências de ratings focadas em informações financeiras.

Como consequência, essa divergência cria um desafio aos investidores, deixando informações difusas sobre as empresas em relação aos seus ratings ESG.

Mesmo assim, investimentos de cerca de US$30 trilhões em ativos foram baseados em alguma forma de ratings ESG, de acordo com estimativas de um documento da MIT Sloan School of Management, publicado em agosto de 20205.

Por isso, existem esforços atualmente para trazer mais transparência e padronização para o setor. Por exemplo, a União Europeia vai propor uma nova classificação, que deve ser completamente aplicada até final de 2022, referente a requisitos de divulgação para fornecedores de índices e de benchmark que se denominam “sustentáveis” e com outros rótulos.

A importância de ratings ESG

Podemos concluir então, agora que sabemos mais sobre os ratings ESG, que eles contribuem para impulsionar e acelerar melhorias na gestão das práticas empresariais. Ou seja, ao mesmo tempo em que se busca uma classificação alta para se mostrar como uma empresa é confiável para os investidores, dentro da própria organização também se busca a excelência nos processos de gestão.

Assim, quanto mais forte forem as práticas ESG, melhor o desempenho de sua classificação de risco financeiro. E mais confiável será fornecer informações se uma empresa é ou não segura para se investir.

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Referências

  1. https://ajuda.easynvest.com.br/hc/pt-br/articles/227307688-O-que-é-rating-
  2. https://blog.apprendafixa.com.br/investimentos/rating/
  3. https://fundspeople.com/pt/opiniao/as-diferencas-na-metodologia-e-resultados-das-classificacoes-esg-de-diferentes-provedores/
  4. https://conteudos.xpi.com.br/esg/esg-de-a-a-z-tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-o-tema/
  5. https://www.bloomberg.com.br/blog/ratings-esg-diferentes-estao-confundindo-investidores-de-recursos-sustentaveis/
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