Por que implementar Coleta Seletiva na Organização? No Brasil, cada pessoa produz cerca de um quilo de Lixo por dia. E são descartados, diariamente, mais de 125 mil toneladas. Sendo: restos de comida, embalagens e outros resíduos (COLAVITTI, F. O que fazer com o lixo? Revista Galileu, n. 143, p. 39-50, 2003). Se o processo de descarte não for realizado de maneira ambientalmente segura, os impactos ambientais serão cada vez maiores.
Motivos para fazer a Coleta Seletiva
Com o passar dos anos, o crescimento da população, o consumismo e a tecnologia, a sociedade passam a vivenciar novas perspectivas de consumo. Bem como, a aquisição de bens produzidos em escalas cada vez maiores. Isso tem causado inúmeros problemas ambientais. Percebe-se que a cada momento, consome-se mais e por vezes, sem necessidade. Consequentemente, incide no descarte contínuo de resíduos sólidos.
Dessa necessidade ambiental e social foi desenvolvido o processo de Coleta Seletiva cujo objetivo é a separação do lixo para posterior reciclagem dos materiais separados. Desse modo, visa-se através desse processo, reduzir a quantidade de resíduos gerados e que precisam ser dispostos em aterro sanitário. Portanto, é possível, reaproveitar materiais produzidos com recursos ambientais e em muitos casos, trazer recursos financeiros às famílias que participam do processo.
Processo de Coleta Seletiva
Sabemos que grande parte dos resíduos gerados é considerado inútil, embora a maioria possa ser reaproveitada. No entanto, deve-se ficar atento a seleção e ao armazenado adequado desses resíduos.
O processo de coleta seletiva é a metodologia de separação desses elementos. Portanto, devem ser utilizados recipientes de coleta, no qual os resíduos sejam divididos em lixeiras de cores específicas. Esse é um padrão determinado, internacionalmente, para cada tipo de resíduo a ser descartado.
Ressalta-se que a coleta seletiva de resíduos vem sendo realizada, cada dia em mais lugares. E com maior frequência. Seja em casa, organizações ou grandes espaços (públicos/privados). É importante, no entanto, ter a consciência da necessidade de se reciclar os resíduos.
Contudo, para que o processo de reciclagem funcione é fundamental separar os elementos, busando destiná-los adequadamente. Além disso, cabe à todos avaliar o que é ou não reciclável, conforme as determinações abaixo:
Implementação de Coleta Seltiva
Coleta Seletiva tem sido implementada em várias cidades brasileiras. Assim, é possível diminuir a geração de resíduos e os problemas originados do lixo. Diversas cidades já implementaram o processo da Coleta Seletiva. Segue abaixo exemplo de duas capitais que implementaram a Coleta Seletiva, com opções de retirada ou entrega dos resíduos separados. Por exemplo:
Quais Legislações e Normas Técnicas direcionam as organizações?
Com o descarte de Lixo aumentando significativamente, foi exigido dos governos a tomada de medidas embasadas no recolhimento destes sedimentos, transporte e disposição adequada. Realizando assim, a gestão do tempo de vida útil dos aterros sanitários, utilização de recursos naturais. Além de ser uma forma de evitar o aumento de roedores e insetos transmissores de doenças.
Internacionalmente, foram definidos padrões de cores a serem utilizadas. O objetivo é facilitar o processo de separação de resíduos. Além de que, cada país definiu legislações que pudessem direcionar as organizações no processo de coleta seletiva. No Brasil existem legislações federais, estaduais e municipais que tratam sobre o assunto. E a cada dia, tornam-se mais restritivas.
– LEI Nº 12.305, de 2 de Agosto de 2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos
Política estabelece que as organizações devem implementar o processo de Coleta Seletiva.
– LEI Nº 6.938, de 31 de Agosto de1981 – Política Nacional do Meio Ambiente
Estabelece o conceito de Poluidor pagador, de acordo com dano ambiental causado.
– ABNT NBR 10004:2004 – Classificação dos resíduos sólidos
Definição de Resíduos Sólidos
Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água. Ou seja, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição. Bem como, determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água. Ou exijam, para isso, soluções técnica e economicamente inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível.
Classificação dos resíduos quanto a sua periculosidade, podem ser classificados em Resíduos Classe I – Perigosos; Resíduos Classe II – Não perigosos; podendo ser Classe II A – não inertes e Classe II B – inertes.
Qual a relação da Coleta Seletiva com as Normas ISO?
As organizações que realizam a implantação de Sistemas de Gestão sentem necessidade de implementar a Coleta Seletiva. Desse modo, é possível que as empresas atendam às Legislações relacionadas a melhoria do ambiente de trabalho, conforme abaixo:
– NBR ISO 14001:2015 – Sistema de Gestão Ambiental – Requisitos com orientações para uso
6.1.3 Requisitos Legais e Outros Requisitos / 9.1.2 Avaliação do atendimento aos requisitos legais e outros requisitos. No atendimento a esses itens da norma, a organização precisa identificar quais requisitos legais são aplicáveis a sua atividade. E assim, providenciar o atendimento a esses requisitos.
Dentre os mesmos estão as legislações mencionadas anteriormente e as legislações estaduais e municipais referente a Coleta Seletiva.
6.1.2 Aspectos Ambientais
Dentre os aspectos ambientais determinados, a geração de resíduos pode ter impacto significativo se não tiver controles operacional adequado, dentre eles a Coleta Seletiva.
8.1 Planejamento e controle operacionais
Dentre os controles operacionais avaliados nesse requisito da norma, está o Controle dos Resíduos gerados.
– NBR ISO 9001:2015 – Sistema de Gestão da Qualidade – Requisitos
6.1.4 Ambiente para a Operação dos Processos
Trabalhar em um ambiente limpo e organizado aumenta a qualidade de vida e o rendimento dos colaboradores.
Organização deve determinar, prover e manter um ambiente necessário para a operação dos seus processos, garantindo um ambiente físico adequado, com a separação de resíduos adequadamente pela Coleta Seletiva.
Por que uma organização deve implantar Coleta Seletiva?
A implantação do processo de Coleta Seletiva traz diversos benefícios as organizações e aos Colaboradores, por exemplo:
- Melhoria da limpeza e qualidade do ambiente de trabalho;
- Diminuição da exploração de recursos naturais renováveis e não renováveis;
- Diminuição do impacto ambiental na geração de resíduos: poluição do solo, da água e do ar;
- Diminuição da proliferação de doenças e da contaminação dos alimentos;
- Diminuição de custos no processo de destinação de resíduos;
- Possibilidade de venda dos materiais recicláveis, gerando renda a organização;
- Parceria com organizações comunitárias, gerando inclusão social;
Além disso, a organização trará benefícios sociais e ambientais à comunidade e às partes interessadas. Por exemplo:
- Aumento da vida útil dos aterros sanitários;
- Diminuição de custos de produção pelas indústrias que reaproveitam o material reciclável;
- Diminuição dos gastos com limpeza urbana;
- Melhoria da qualidade dos compostos produzidos a partir da matéria orgânica;
- Gera empregos e visa a sustentabilidade para as pequenas e grandes cidades;
Implementando Projeto de Coleta Seletiva
A implantação de um projeto de Coleta Seletiva deve contar com a participação e entendimento dos colaboradores das organizações. Visto que, apenas com a participação de todos será possível realizar a coleta de maneira adequada. Desse modo, além dos benefícios que a processo de Coleta Seletiva traz para as organizações e colaboradores, o lixo que antes era considerado um problema, pode se tornar subproduto e produto de valor. Consequentemente, diminuindo os impactos ambientais da geração de resíduos e os custos com a destinação.
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Juliana Martins da Silva
Consultora Externa Pleno SGI
Engenheira Química e MBA em Gestão de Qualidade e Produtividade