Incêndios florestais infelizmente estão presentes em todo o mundo, causando devastação ambiental, perdas econômicas e ameaças à vida de pessoas. Esses eventos, por vezes catastróficos, acontecem por uma combinação de fatores naturais e atividades humanas inadequadas e, à medida que as mudanças climáticas se intensificam, os incêndios florestais acabam sendo ainda mais frequentes e intensos. Com isso, a necessidade de medidas de prevenção, manejo e resposta, que sejam eficazes, se tornam indispensáveis.
Normalmente os incêndios florestais são provocados pela interação de três elementos principais: combustível, oxigênio e calor. A vegetação densa, os resíduos acumulados e o clima seco contribuem para esse cenário como combustível. Quando ocorre um aumento de temperatura, incidência de raios ou uma atividade humana irresponsável, a combustão ocorre, o que consome o combustível disponível. Esses incêndios podem se espalhar rapidamente, alimentados pelo vento e pela própria vegetação, tornando-se quase impossíveis de controlar e o impacto pode ser bem crítico.
A perdas são inúmeras. Ecologicamente destroem habitats, espécies animais e vegetais e desequilibram os ecossistemas. Economicamente, as áreas atingidas perdem recursos naturais, como madeira, água limpa e recreação, afetando as indústrias locais. Além disso, podem causar perdas humanas diretas e destruição de propriedades. A saúde pública também é impactada, pois a fumaça resultante carrega partículas nocivas, que afetam a qualidade do ar e podem causar problemas respiratórios. Lembrando que essa fumaça também diminui a segurança de motoristas, que transitam próximos às áreas com incidência de queimadas, uma vez que prejudica a visibilidade, aumentando o risco de colisões.
Dados mostram que só no último ano, no Estado de São Paulo, mais de 90% dos focos de incêndio foram causados por ações humanas evitáveis (como incêndios criminosos provenientes da queda de balão, uso irregular do fogo em atividades agropecuárias, bitucas de cigarro e vandalismo), resultando na queima de mais de 7 mil hectares de vegetação. Dentre esses, 738 hectares foram atingidos dentro das Unidades de Conservação (UCs), representando uma redução de 79% em comparação a 2021, quando mais de 15 mil hectares de áreas protegidas foram impactados. Os outros 6.422 hectares foram afetados nas zonas de amortecimento.
Esse levantamento demonstra que o comportamento das pessoas é fator decisivo para a não ocorrência dos incêndios. A prevenção é fundamental. Educar a população sobre os perigos dos incêndios florestais, promover práticas seguras de queima de resíduos e criar zonas de segurança ao redor das áreas urbanas são etapas essenciais. Junto a isso, também a criação de estratégias de respostas rápidas e eficazes para interromper a propagação do fogo em situações extremas. A conscientização pública e práticas sustentáveis devem ser reforçadas, não apenas na esfera pública, mas também no setor privado, sobretudo aquelas organizações que possuem um maior risco de envolvimento em queimadas.
Lembrando que incêndio florestal, envolvendo a queima intencional e ilegal de áreas de vegetação, é considerado um crime ambiental em muitos países e geralmente é regulamentado por legislações específicas, voltadas para a proteção do meio ambiente. No Brasil é tratado pela Lei Nº 9.605, de 12-02-1998, também conhecida como Lei de Crimes Ambientais, que prevê pena de reclusão de até 4 anos, além de multa, para quem provoca incêndio em mata ou floresta. Já para queima controlada, muito utilizada na agricultura, deve ser objeto de controle e fiscalizações efetivas, ressaltando que seu uso possui regras e necessita de autorização prévia, conforme disposições elencadas no Decreto Nº 2.661, de 08-07-1998, que regulamenta o Código Florestal.
Por fim, é vital ter em mente que, independentemente de qualquer iniciativa pública ou privada sobre o tema, é um dever de cada pessoa contribuir para a preservação de nossos ecossistemas, proteção e segurança de vidas. Parte superior do formulário
Considerações Finais
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Gabriela Viana | Analista de ESG