Dia 28 de abril marca o dia da Saúde e Segurança, uma temática essencial no que diz respeito à qualidade de vida dos colaboradores, tanto na mitigação de riscos quanto na promoção da saúde.
Pode-se dizer que a saúde e segurança ocupacional perpassa pelos três pilares do ESG (Environmental, Social e Governance), onde está diretamente relacionada à dimensão social na promoção de um ambiente de trabalho seguro e saudável para os funcionários. Empresas que se preocupam com a saúde e segurança ocupacional demonstram um compromisso com a qualidade de vida de seus funcionários e com a responsabilidade social empresarial.
Na dimensão ambiental através da exposição a substâncias tóxicas e riscos ambientais podendo afetar a saúde dos funcionários e gerar problemas de segurança ocupacional. Empresas que adotam práticas sustentáveis e buscam minimizar o impacto ambiental de suas operações também estão contribuindo para a saúde e segurança dos seus funcionários.
E, por fim, na dimensão governança corporativa, uma vez que a empresa precisa implementar políticas e práticas para garantir a conformidade com as normas e regulações relacionados à saúde e segurança ocupacional. A gestão adequada dessas políticas pode garantir a transparência e a prestação de contas da empresa em relação à sua responsabilidade socioambiental.
Quando falamos de saúde e segurança do trabalho logo pensamos em um ambiente de trabalho seguro para realização das atividades, onde exista uma efetiva gestão de riscos. Porém, estudos mostraram que, durante a pandemia da COVID 19, com o aumento significativo de problemas relacionados à saúde mental de colaboradores, a temática “saúde ocupacional” tornou-se, também, uma pauta discutida nas empresas.
Em 2020, 576 mil pessoas pediram afastamento do trabalho por transtornos mentais e comportamentais. O número revelou uma alta de 26% em comparação ao ano de 2019, dizem dados da Secretaria Especial da Previdência e Trabalho. Pesquisa da consultoria Willis Towers Watson (WTW) apontou que, de 2015 para 2021, houve um aumento de 33% no interesse das empresas de implantar ações de saúde e bem-estar na rotina de seus colaboradores.
Hoje no Brasil, existem diversas legislações em âmbitos federais, estaduais e municipais que levam para as empresas requisitos e obrigações que objetivam, principalmente, a garantia de um ambiente de trabalho seguro. Algumas Normas Regulamentadoras (NRs) tratam especificamente de temas relacionados à segurança ocupacional, como a NR-6 (Equipamentos de Proteção Individual), a NR-12 (Máquinas e Equipamentos) e a NR-35 (Trabalho em Altura). No entanto, existem outras NRs que tratam diretamente da saúde do trabalhador, como a NR-7 (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), NR-24 (Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho) e a NR-15 (Atividades e Operações Insalubres).
E por falar em ESG, o nosso Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3, traz em seu caderno de Capital Humano, questões específicas de saúde e segurança do trabalhado, tratando desde responsabilidades da direção sobre a temática, práticas de gestão, desempenho, certificações, até cumprimento legal. Além disso, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, também trazem em seu ODS 8 o trabalho decente e crescimento econômico, e em mais detalhe no item 8.8 a proteção dos direitos trabalhistas e promoção de ambientes de trabalho seguros e protegidos para todos os trabalhadores, incluindo os trabalhadores migrantes, em particular as mulheres migrantes, e pessoas em empregos precários.
Dentro desse cenário de cumprimento legal, ambiente de trabalho seguro e saudável e demandas por bons indicadores para índices ESG, uma boa forma de responder a esses pontos é através da implementação e certificação da ISO 45001, norma que traz requisitos para um sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional. É uma norma ISO, ou seja, de reconhecimento internacional e seu objetivo é fornecer uma estrutura para gerenciar riscos e oportunidades de saúde e segurança ocupacional. A sua implementação permite que as empresas gerenciem esses riscos e oportunidades e melhore seu desempenho no tema, além de ajudar no cumprimento de seus requisitos legais. Ela é aplicável a qualquer organização, independente de tamanho, tipo e atividade.
Dessa forma, podemos dizer que investir em saúde e segurança é:
- Reduzir custos: acidentes de trabalho e doenças ocupacionais podem gerar custos significativos para as empresas, como gastos com indenizações, afastamentos e tratamentos médicos. De acordo com um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), para cada dólar investido em saúde e segurança no trabalho, há um retorno de até 2,2 dólares em redução de custos. Outro estudo realizado pela OIT mostrou que os custos com acidentes de trabalho e doenças ocupacionais representam, em média, 3,94% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
- Prevenir acidentes: segundo dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, em 2019 foram registrados mais de 700 mil acidentes de trabalho no Brasil, resultando em mais de 2.500 mortes. Investir em medidas de segurança pode ajudar a reduzir esses números, prevenindo acidentes e protegendo a vida dos colaboradores.
- Melhorar produtividade: trabalhadores saudáveis e seguros tendem a ser mais produtivos e engajados, o que pode gerar um aumento na produtividade da empresa. Um estudo realizado pela Harvard Business Review mostrou que empresas que investem em saúde e bem-estar dos colaboradores tendem a ter uma produtividade maior do que aquelas que não investem.
- Melhorar imagem da empresa: empresas que se preocupam com a saúde e segurança de seus colaboradores tendem a ter uma imagem mais positiva perante a sociedade. Isso pode ser um diferencial competitivo no mercado, atraindo clientes e colaboradores que valorizam essa postura.Em resumo, nota-se a importância da discussão sobre a temática tanto internamente nas empresas quanto em eventos mundiais sobre a pauta ESG.
Considerações Finais
Caso você tenha ficado com alguma dúvida a respeito do tema abordado neste artigo, ou tenha interesse em nos conhecer melhor, entre em contato conosco!
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Flávia Magalhães | Consultora ESG – Ambipar Green Tech