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Particularidades da ISO 14001:2015 que vão influenciar a sua Gestão

Já está em vigor a ISO 14001:2015!

E muitas são as perguntas que inquietam as organizações e profissionais que atuam na área. O que há de novo? Quais são as mudanças mais relevantes? Como e até quando as organizações que já possuem Sistemas de Gestão Ambiental certificado poderão se adequar às modificações?

Novo olhar para a ISO 14001:2015

Bem, a migração já aconteceu. E quem deixou para depois e acabou perdendo o prazo, precisa começar do zero. Mas, não se assuste, pois o processo é bem mais simples do que você posssa imaginar. Isto porque, antes de você perder o tempo para migrar, a sua organização já possuía um SGA e o gerenciava adequadamente.

Portanto, o processo para alcançar a sua certificação vai ser bem mais fácil e ágil para as organizações que não possuem um SGA implementado.

Um dos principais objetivos sugeridos para essa mudança de versão, é que se busca propiciar uma evolução dos sistemas de gestão atuais, com base nos avanços tecnológicos, mudanças climáticas e no aprimoramento das práticas ambientais sustentáveis em todo o mundo, tendo em vista o cenário socioeconômico e ambiental atual.

Pretende-se que a implementação e a manutenção dos sistemas de gestão sejam vistos como metodologias relevantes para as organizações, que as possibilitem a redução de custos, alcançando os resultados almejados. Para a maioria das organizações, entende-se lucro. Mas de que forma, isso se materializou na redação da nova versão e na vida prática de milhares de empresas? E por que do caráter convidativo para a Alta Direção?

Características da ISO 14001:2015 que vão influenciar a sua gestão

É sobre isso que vamos falar a seguir, considerando a versão publicada pela ISO – International Organization for Standardization, no final de setembro de 2015, podemos agora compreender sua extensão e seu propósito na vida das organizações.

1. Desenvolvimento Sustentável

Primeiramente, a nova versão passa a dar maior enfoque à necessidade de se buscar um equilíbrio entre os três pilares da sustentabilidade: meio ambiente, sociedade e economia. Com destaque para o pilar ambiental, cuja atenção tem sido cada vez mais acentuada, em virtude das pressões da sociedade junto ao setor produtivo em decorrência do uso ineficiente dos recursos naturais, gestão inadequada dos resíduos, emissões de gases poluentes, entre outros.

Determina-se que abordagem sistemática conferida à gestão ambiental pode fornecer informações para se construir resultados de sucesso a longo prazo e desenvolver alternativas para o desenvolvimento sustentável. Como, por exemplo, a possibilidade de se alcançar benefícios financeiros e operacionais que podem resultar da implementação de alternativas ambientalmente saudáveis que fortaleçam a posição de mercado da organização. Tanto em épocas de crise como em períodos de maior equilíbrio econômico e político, toda organização almeja manter sua posição fortalecida no mercado e auferir resultados lucrativos. Portanto, esses objetivos devem estar integrados com os objetivos ambientais.

2. Gestão Ambiental Estratégica

Uma das principais mudanças da nova versão foi o reconhecimento da importância da Gestão Ambiental Estratégica. A problemática ambiental em que a organização está inserida, também se torna fator relevante entre os aspectos que são considerados no planejamento estratégico da mesma. Ou seja, a Alta Direção da organização precisa estar envolvida com o sistema de gestão ambiental e assegurar que os objetivos ambientais estejam alinhados com os objetivos de seu negócio. Na verdade, o caráter “convidativo” da Alta Direção é, na verdade, uma imposição. Ou seja, não é possível a recusa de tal convite por parte da Alta Direção de uma empresa que deseja além de se certificar, obter o resultado almejado.

Dessa maneira, será possível que se reconheça tanto o valor estratégico dos indicadores ambientais, quanto a importância ambiental dos indicadores estratégicos.

3. Gestão de Risco

Outra mudança relevante e que poderá embasar a priorização dos aspectos ambientais considerados na gestão estratégica das organizações é a inclusão do conceito de risco ambiental e oportunidades, de forma integrada com a ISO 30001:2009 que determina diretrizes para gestão de Risco.

Apesar de não se determinar qual a metodologia de risco deverá ser utilizada, permitindo-se que tal escolha seja feita pela organização, a norma de gestão de riscos da ISO é citada como referência normativa. Segundo esta norma, risco é o efeito da incerteza de um evento; e a incerteza é considerado o estado, mesmo que parcial, de deficiência de informações relacionadas com entendimento ou conhecimento de um evento, sua consequência ou probabilidade.

Ora, incluir a necessidade de avaliação dos riscos de eventos ambientais negativos e/ou positivos (oportunidades) em função da atividade da organização é reconhecer que certos eventos podem ter repercussões muito mais amplas do que ambientais, como repercussões sociais e econômicas, podendo representar consequências para as comunidades vizinhas e/ou para a reputação/credibilidade e saúde financeira da organização e sua marca.

Como é a Gestão de Risco na prática?

Na prática, isso envolve manter medidas de controle, e, preferencialmente, preventivas para além dos aspectos significativos, considerando também os eventos ou condições que representem maior risco para a organização, como aqueles que possam abalar a reputação de sua marca ou mesmo sua relação com a comunidade e demais partes interessadas. Exemplo disso é o risco relacionado a contratação de fornecedor de destinação de resíduos perigosos sem avaliar sua idoneidade, ou mesmo sem considerar outros fornecedores para o mesmo serviço em caso de necessidade ou emergências. Se contrato somente um único fornecedor para esse serviço e, além disso, não avalio a sua idoneidade legal e ambiental, quais os riscos de destinação ilegal dos resíduos, ou de falta de condições de atendimento do frete em um certo período? Isso é algo cujo risco deveria ter sido avaliado previamente à contratação do serviço.

4. Melhoria Contínua

Houve uma adequação de um dos mais importantes conceitos das normas de sistema de gestão certificáveis, com o objetivo de deixar mais claro o enfoque da norma. A preocupação antes, mais abrangente, com a “melhoria do sistema de gestão” passou a ser mais específico e agora está voltada para a “melhoria do desempenho ambiental”.

Dessa forma, pretende-se demonstrar que melhorias contínuas de outros aspectos do sistema de gestão que, de forma coerente com a política da organização, não consistam em redução de geração de resíduos, efluentes, emissões atmosféricas e outras formas de poluição, não pode ser considerada uma real melhoria contínua.

5. Abordagem de Ciclo de Vida

Não obstante a já existente exigência de se gerenciar aspectos ambientais relacionados aos bens e serviços adquiridos, as organizações precisarão ampliar seus controles e influência para os aspectos ambientais associados com a utilização de produtos, desde o desenvolvimento e fabricação do produto utilizado, até o tratamento ou disposição final dos mesmos.

Entretanto, não necessariamente, a avaliação do ciclo de vida do produto precisará ser realizada de uma forma detalhada nos moldes da ISO 14040, por exemplo, mas precisará ser levado em consideração, principalmente quanto aos produtos relacionados aos aspectos mais significativos da organização.

6. Validade das Certificações ISO 14001:2004

Ficou definido que o prazo para início da vigência da nova versão será de 3 (três) anos, a partir da data de publicação da ISO 14001:2015. Logo, as certificações já existentes não são mais válidas, ou seja, após 14-09-2018 todas as organizações precisam ter migrado para a nova versão da 14001.

Contudo, o prazo para vencimento dos certificados ISO 14001:2004 emitidos durante o período de transição das normas, corresponderam à data final do período de 03 anos.

7. Adaptação às mudanças da ISO 14001 versão 2015

Toda mudança causa impacto e é comum que, no início, haja algum tipo de resistência às mesmas. Por isso, para que a adaptação a tais mudanças ocorra de forma mais rápida e eficiente, sem impactar nas atividades rotineiras da organização é necessário planejamento.

Cada organização possui suas características próprias, políticas e nível de amadurecimento que certamente precisarão ser compatibilizados com os novos desafios da revisão atual da norma. Porém, um diagnóstico da situação atual da empresa, frente aos novos mecanismos e práticas introduzidas é o primeiro e fundamental passo a ser dado. Dessa forma é possível verificar com tempo os recursos necessários para uma transição eficiente, sem impactos nos resultados almejados.

Porém, para que esse passo seja dado com maior firmeza e na direção correta, é de fundamental importância que a Alta Direção participe de forma mais direta e ativa da gestão ambiental da empresa. Que seja capaz de entender o valor estratégico dos indicadores ambientais.

Conclusão

Um dos principais objetivos sugeridos para essa mudança de versão, é que se busca propiciar uma evolução dos sistemas de gestão atuais, com base nos avanços tecnológicos, mudanças climáticas e no aprimoramento das práticas ambientais sustentáveis em todo o mundo, tendo em vista o cenário socioeconômico e ambiental atual.

Soluções Verde Ghaia

Diante desse cenário, a Verde Ghaia oferece suporte completo para a sua empresa nesse processo de transição, incluindo:


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Elias Temponi| Consultor Verde Ghaia, Advogado, Gestor Ambiental e Auditor Líder da ISO 9001 e 14001.

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