Ambipar ESG

ODS – Direcionadores Estratégicos Fundamentais para as Empresas

A sustentabilidade é um conceito que remete há mais de 2 séculos, quando na região que hoje é a Alemanha houve uma iniciativa de reflorestamento visando mitigar os impactos da escassez de madeira para a produção de carvão, que era insumo fundamental para o setor minerário. Desde então, ao longo de todos esses anos, várias questões foram surgindo, conceitos foram sendo reformulados, especialistas foram estudando mais a fundo essa ideia de nos desenvolvermos sem prejudicar o meio ambiente e a sociedade e várias práticas foram sendo criadas e implementadas.

Dentre diversas dessas iniciativas, temos os ODS, sigla para Objetivos  de Desenvolvimento Sustentável (SDG, sigla em inglês). Os ODS talvez sejam, hoje, a mais ampla e completa referência que temos para trabalhar a sustentabilidade, alinhando as expectativas e necessidades do setor empresarial, da sociedade civil e também dos governos e poder público. Mas é importante entendermos um pouco o que antecedeu os ODS.

Em 2000 foram lançados os ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), cujas metas se tornaram o norte para países e organizações agirem em prol dos direitos humanos e da sustentabilidade ambiental. Esperava-se avanços globais em relação aos oito temas abordados até o ano de 2015, o que foi relativamente alcançado. Todavia, problemas e desafios antigos persistiam, demandando a continuidade desse esforço, como pode ser visto nesse vídeo do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).

Vídeo do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento): Dos ODM aos ODS: o papel do PNUD na redução da pobreza.

Uma década e meia depois, foram lançados os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) em substituição aos ODM. A Agenda também deveria ser alcançada em 15 anos – até 2030 –, contudo, a abrangência dela cresceu muito – os ODS contam com 17 Objetivos, compostos por 169 metas –, devido à incorporação de questões econômicas, institucionais e de parceria, ausentes nos ODM. Outra evolução dos ODS foi a chamada às empresas, uma vez que o setor privado é tanto parte dos problemas elencados na Agenda, como ator central no desenvolvimento de soluções.

Nesse contexto, Paul Ladd, então Conselheiro Sênior de Políticas Públicas do PNUD, pontuou que os ODM , e agora dos ODS, ao estipular objetivos e metas, estimulam a convergência de esforços para endereçar vários pontos. Dentre estes, podemos citar o avanço na redução da pobreza, o acesso seguro à água e ao saneamento básico, a redução da mortalidade materna e infantil, a provisão de um maior e melhor alcance à educação, além do cuidado para que o nosso planeta siga em um rumo sustentável preservando os recursos naturais e o meio ambiente. E em se tratando de desenvolvimento, nenhum desses pontos destoa da busca pela prosperidade econômica ampla, fundamental para a perenidade de pessoas, países e empresas.

MAS AFINAL, COMO TRAZER OS ODS PARA A ESTRATÉGIA DAS EMPRESAS?

Entendemos  que o primeiro passo é que as empresas priorizem os ODS em relação ao seu modelo de negócio. De acordo com o setor que uma empresa atua, com os stakeholders com os quais se envolve e com o seu próprio planejamento estratégico, ela irá impactar mais diretamente alguns ODS específicos, e por eles será mais impactada. Dessa forma, seguindo uma lógica semelhante à da Materialidade (priorização de temas ESG e financeiros), as empresas devem realizar um trabalho analítico interno para identificar aqueles ODS mais atrelados ao seu modelo de negócio.

Na Ambipar GreenTech, nós trabalhamos com uma lógica na qual as empresas apontam o grau de impacto que geram (seja positivo ou negativo) nas metas específicas dos ODS, identificam onde na sua cadeia de valor há um maior potencial de impactar um determinado ODS, analisam sua relação com os ODS numa perspectiva SWOT e também um apontamento do quão atrelado ao seu modelo de negócio um ODS está. Assim conseguimos construir uma noção mais aprofundada de qual o real impacto dessas empresas nos ODS como um todo no seu universo de atuação, aproximando temáticas globais às realidades locais de cada empresa.

Mais do que isso, queremos entender qual a perspectiva estratégica da empresa em relação aos 17 ODS, incentivando um trabalho de visão de futuro. É possível que se identifique que empresas que não enxergam um determinado ODS como alinhado ao seu modelo de negócio, no momento atual, possa estar em um processo de mudança estratégica no qual aquele ODS passará a ser relevante. Vemos muito isso em relação ao ODS 5, por exemplo, sobre Igualdade de Gênero, sobre o qual as empresas estão seguindo uma tendência de incorporar as questões de diversidade e inclusão em suas gestões estratégicas.

Exemplo: Mandala hipotética de priorização dos ODS (prévia da ferramenta desenvolvida pela Ambipar GreenTech).

Quando juntamos todas essas frentes de análise na relação dos ODS com as empresas, conseguimos traçar um panorama interessante em relação à agenda das organizações para a sustentabilidade. O objetivo não é simplesmente analisar a relação macro com um dos 17 Objetivos, mas aprofundar a análise em temáticas e metas específicas, para que esse exercício de priorização possa ter como resultados, inclusive, planos de ação.

Acreditamos que assim fica mais fácil para as empresas conseguirem desdobrar as metas ODS prioritárias em indicadores e práticas de gestão que visam aumentar o valor gerado pela empresa para si e para todos os demais stakeholders envolvidos.

Henrique Dornas Dutra | Consultoria ESG

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