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A falta de Cultura em SSO nas empresas preocupam os países da América Latina

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), estima-se que 2,78 milhões de mortes associadas ao trabalho ocorram a cada ano. O custo total com doenças, lesões e mortes representa 3,94% do produto interno bruto (PIB) mundial, ou algo em torno de US$ 3 bilhões, considerando custos diretos e indiretos.

Mas o impacto não se resume a questões de ordem econômica. O capital humano é um aspecto cada vez mais importante numa corporação, por isso as empresas têm focado na gestão em segurança e saúde ocupacional (SSO), cujo impacto é imenso em nosso desenvolvimento econômico e social.

Embora com o passar dos anos, a tecnologia tenha reduzido a mão de obra humana nas áreas perigosas da indústria e os trabalhadores venham desfrutando de maior proteção do que seus antecessores, a SSO – Saúde e Segurança Ocupacional ainda é um assunto que necessita ser abordado constantemente no ambiente profissional. Não só porque, ainda não nos livramos completamente das situações de alto risco (como no caso das indústrias de alta periculosidade, tais como petróleo, mineração, exposição a pesticidas agrícolas e outras), como também existe muita negligência humana, devido à simples ausência de consciência e de comprometimento para com a saúde e a segurança.

Saúde e Segurança Ocupacional na América Latina

No setor do agronegócio, por exemplo, a produção para exportação tem resultado no aumento expressivo da mão de obra — e também no amplo uso de pesticidas. E no setor industrial, a América Latina também tem se desenvolvido rapidamente em porte e importância. Junto ao progresso, temos também um enorme contingente de trabalhadores executando funções que ainda envolvem alto grau de risco ou insalubridade.

Na América Latina, a saúde ocupacional vem sendo reconhecida cada vez mais, como uma área de importância na saúde pública. O movimento vem acompanhando o rápido desenvolvimento da região tanto na indústria quanto no comércio.

Devemos nos lembrar que em inúmeras indústrias os equipamentos de proteção individual (EPIs) muitas vezes são desconhecidos ou inadequados — ou os funcionários até possuem os recursos ideais voltados à segurança, mas se recusam a respeitar as regras por excesso de otimismo (o famoso “Não vai acontecer comigo”). De acordo com o coordenador nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho, Leonardo Osório Mendonça, estudos indicam que mais de 90% dos acidentes poderiam ser evitados caso fossem seguidas as medidas das normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho para a realização das atividades com segurança.

Seguindo tal tendência, é importante que as empresas busquem estar em conformidade com as questões ligadas à Saúde e Segurança Ocupacional.

As certificações no auxílio da SSO em 2018, a OMS e a OIT estabeleceram uma coalizão global sobre segurança e saúde ocupacional — uma inciativa de diversos parceiros de agências internacionais e nacionais. O objetivo é valorizar a saúde nos ambientes de trabalho, não apenas no aspecto físico, mas também mental.

ISO 45001 – Diretrizes para os processos

A ISO 45001 é uma das diretrizes que visa ajudar as empresas a repensarem seus processos a fim de reduzir as implicações devido a doenças ocupacionais, bem como os acidentes no trabalho. Dirigido à alta direção de uma organização, ela visa proporcionar um ambiente de trabalho seguro e saudável para funcionários e visitantes.

A ISO 45001 facilita a integração do Sistema de SSO quando combinada à ISO 9001 e à ISO 14001. A ISO 9001 é uma ferramenta de padronização e modelo para a implementação da Gestão da Qualidade. No caso da segurança e saúde ocupacional, é importante que esta padronização aconteça, para que todos os setores estejam seguindo requisitos semelhantes na proteção de seus colaboradores, sempre sob padrões de altíssima qualidade.

Já a norma ISO 14001 foi criada para auxiliar as empresas na identificação, priorização e gerenciamento seus riscos ambientais como parte de suas práticas usuais. A ISO 14001 exige que as empresas se comprometam com a prevenção da poluição e com melhorias contínuas nos assuntos ambientais. Obviamente, a boa gestão ambiental caminha juntamente à saúde humana, visto que um acidente ou contaminação podem trazer danos irreversíveis aos trabalhadores e moradores das regiões afetadas.

Os aspectos da ISO 45001 cobrem todos os fatores que podem resultar em doenças, lesões e até mesmo na morte de um funcionário, mitigando os efeitos adversos a respeito da condição física, mental e cognitiva de um indivíduo.

Uma boa gestão da SSO traz diversos benefícios para sua empresa. Não apenas cria melhores condições de trabalho, como facilita na identificação e gerenciamento de perigos, reduz afastamentos por doenças e ainda motiva os funcionários, que certamente apresentarão melhor rendimento num ambiente onde se sintam seguros e saudáveis.


Leia mais sobre a importância da gestão da segurança e saúde ocupacional.

Assista ao nosso Café Conectado sobre as Mudanças da ISO 45001.

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