ESG: Benefícios de ter uma governança financeira na prática
16/12/2020
ESG na prática financeira. Environmental, Social and Governance ou em português Meio Ambiente, Social e Governança. Ou simplesmente ESG. Este conceito veio para revolucionar a prática financeira da sua empresa e do seu negócio.
Tanto o meio ambiente quanto a questão social são de extrema importância. Mas aqui vamos falar sobre a governança. A governança é um dos pilares do conceito ESG, entendida como o respeito às políticas, normas, regulamentações, cultura e processos da empresa, buscando alinhar a mentalidade dos gestores e seus processos de gestão.
Atender a estes critérios atesta que a empresa tem com norte boas práticas de atuação, gerando maior segurança nas tomadas de decisão, um melhor desempenho a longo prazo, um melhor posicionamento da imagem da marca no mercado e maior atração de investidores.
Consequentemente, ela pode ser considerada uma empresa sustentável, havendo e chamando a atenção dos consumidores cada vez mais exigentes. E maior consumo significa maior atração de investidores, que optam sempre por mercados com maior potencial de crescimento e menores riscos.
Mas acontece que muitas empresas ainda não deram a devida importância ao ESG em suas práticas financeiras por desconhecerem os seus benefícios, ou porque acabam ficando com muitas dúvidas na sua aplicação e preferem “deixar como está”.
Estes gestores mal sabem as oportunidades que perdem por não aplicarem o ESG nas suas organizações! Para que você não cometa esse mesmo erro, confira neste artigo como aplicar a governança financeira na sua empresa e os benefícios em ter uma gestão transparente.
Lembrando que não importa qual o tamanho e a área de atuação da sua empresa, o que importa é você ter a vontade de levá-la a um outro patamar de crescimento.
Falando um pouco sobre Governança
Governança é o resultado ou o efeito de governar, ou seja, orientar, dirigir. Quando se trata do meio corporativo, a governança seria a implementação de processos, costumes, condutas, políticas e leis que regulam a maneira como uma empresa é dirigida, administrada, monitorada e controlada, buscando sempre melhorar a qualidade da gestão de seus recursos.
Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC): “A Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.
As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos de administração em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum.”
O objetivo da governança corporativa é melhorar a qualidade financeira, o alcance de metas, o posicionamento no mercado e diante da concorrência, estruturar e executar planos de ação e promover o crescimento de uma empresa.
Por ajudar a organizar a gestão, tem que envolver e manter satisfeitas as diferentes partes interessadas de uma organização, tanto internas quanto externas, alinhando seus diversos interesses.
As partes internas são os gestores e colaboradores. As partes interessadas externas são os fornecedores, investidores, credores, órgãos públicos e comunidade impactada pelas atividades da empresa. É através da governança que as empresas consolidam a sua cultura, que deve ser respeitada por todos, demonstram qual o seu valor diante de diferentes públicos e garantem também a transparência de todas as suas ações.
Um princípio importante dentro da governança, de acordo com o IBGC, é a responsabilidade corporativa. Ela significa que os responsáveis pela governança devem zelar pela viabilidade econômico-financeira das organizações, devendo atuar de forma a reduzir as externalidades negativas da empresa e aumentar as positivas. Como? Tornando viável financeiramente as operações e a manutenção de seus diversos capitais (financeiro, humano, social, ambiental, intelectual, reputacional, etc.) no curto, médio e longo prazo.
O que é Governança dentro do termo ESG?
O conceito ESG está mudando o mercado de investimentos. Ou seja, o investidor, bem como analistas financeiros e fundos de investimento, não olham apenas o lucro de uma empresa para decidir investirem seu dinheiro nela. Eles consideram e valorizam a forma como a empresa trata as pessoas, o meio ambiente e a comunidade.
Este é o padrão ESG, que vem se tornando referência para escolher onde investir. São os chamados Investimentos Socialmente Responsáveis (SRI). Na esfera Ambiental os investidores analisam como a empresa atua frente ao cumprimento dos requisitos legais e sua relação com os recursos naturais, sociais e de qualidade do negócio.
Na esfera Social eles verificam se a empresa respeita ou não os direitos humanos, monitorando as ações da organização em relação a seus colaboradores, fornecedores e comunidades onde atuam.
E na esfera da Governança, os investidores avaliam as práticas de gestão empresarial tais como compliance, saúde fiscal e financeira, direitos dos acionistas, ter um conselho diverso, priorizar a ética, ter transparência na prestação de contas, gestão de talentos, estratégia de ação, prevenção de acidentes de trabalho, e possuir políticas antissuborno e anticorrupção.
Quem investe em empresas que adotam melhores práticas de governança tem um retorno financeiro maior, devido à redução de riscos e geração de valor em longo prazo. Por isso, a governança corporativa se tornou uma ferramenta de confiança no setor de negócios.
Como aplicar o ESG nas suas práticas financeiras?
Para aplicar o ESG em suas práticas financeiras, especialmente a governança, é preciso:
- Separar questões pessoais dos recursos da empresa: Nenhum sócio, gestor ou funcionário deve usar bens e recursos da empresa para fins particulares.
- Estabelecer controle e comunicação entre os proprietários: devem ser realizadas periodicamente assembleias ou reuniões de sócios, devendo existir uma boa organização quanto à agenda, pautas, atas e documentação desses encontros.
- Criar conselho de administração e/ou conselho consultivo, comprometidos com o planejamento estratégico e resultados da empresa.
- Independência dos conselheiros: a empresa deve possuir membros no conselho administrativo que não possuam relação contratual com a companhia.
- Criar mecanismos e órgãos de controle, como de contabilidade, para produzir demonstrações financeiras claras e precisas, bem como de controles internos e auditorias, para verificar se os critérios ESG estão sendo aplicados.
- Estruturar a organização com atitudes de parceria: a companhia deve tratar acionistas como sócios-parceiros para os quais a empresa busca entregar bons retornos.
- Diretoria deve investir na companhia: a maior parte do patrimônio da diretoria deve estar investido na própria companhia.
- Transparência máxima: a empresa deve agir com transparência, levando as principais informações a público, não apenas as que são obrigatórias e que digam respeito ao desempenho financeiro.
- Estabelecer um código de conduta: ou seja, um conjunto de normas internas, que estabelece os valores éticos, padrões de comportamento e transparência que todos os colaboradores devem seguir.
- Acompanhar e avaliar projetos: conhecer os custos, a rentabilidade e a viabilidade dos serviços prestados, dos projetos em andamento e de atender determinadas regiões.
Quais os benefícios do ESG nas suas práticas financeiras?
Aplicar o conceito de ESG no dia a dia das suas práticas financeiras, especialmente a governança corporativa, significa trabalhar com liderança, estratégias de desenvolvimento e política empresarial. Isso significa redução de custos e melhoria dos resultados, otimizando o desempenho operacional e levando à sustentabilidade do negócio.
A reputação da própria empresa é reforçada positivamente. Isso porque, como a governança está ligada às questões éticas, a organização passa a ser vista como íntegra e confiável, gerando maior valorização da marca, além de aumento da receita e da produtividade, redução de custos e otimização de investimentos.
E ainda tem muitos outros benefícios, não só para suas práticas financeiras, mas para a sua organização como um todo:
- Maior senso de responsabilidade
- Maior organização, prestação de contas mais confiáveis e que inspiram confiança
- Maior confiança entre as partes interessadas
- Alinhamento de interesses das partes interessadas
- Possibilidade de crescimento reafirmando o compromisso com a sociedade por meio de programas sociais
- Melhoria da qualidade do trabalho, contribuindo para a retenção e atração de talentos
- Melhoria da qualidade das decisões e eficiência dos processos
- Diminui as chances de passar por uma crise financeira, porque os processos são mais controlados, facilitando tomadas de decisão rápidas e assertivas
- Com uma visibilidade maior no mercado, chama a atenção de investidores e maiores são as chances de captar recursos
- Evita conflitos de interesses e abusos de poder, bem como fraudes, práticas de corrupção e suborno
- Conversão de princípios, missões e valores em ações concretas e efetivas.
Importante destacar que um dos principais benefícios de uma governança corporativa na prática é uma gestão mais transparente. E transparente no sentido de não apenas disponibilizar os dados econômico-financeiros, mas sim todos aqueles que sejam importantes na visão das partes interessadas.
Com isso, são construídas boas relações, melhora a comunicação e aumenta o engajamento para conquistar os objetivos da empresa.
Não perca a oportunidade de saber mais sobre esse assunto!
Nos últimos tempos, com a popularização do conceito de ESG nas organizações, e isso inclui a governança corporativa, o mercado passou a verificar que investidores, de maneira geral, tendem a pagar um valor maior a empresas que estejam inseridas nessas boas práticas.
Por isso ESG não é modismo. É a realidade das empresas sérias, comprometidas e que desejam fazer a diferença no mundo. Aplicar ESG nas práticas financeiras ajuda a tornar a empresa mais eficiente e a aumentar a sua resiliência durante crises. E claro, se destacar no mercado atraindo olhares de investidores.
Ficou interessado e quer saber mais? Então não perca a última live ESG de Fato com especialistas do assunto. Será a última live do ano, com o tema: “Conheça os benefícios de ter uma governança financeira na prática”.
Será realizada no dia 17/12, às 11h.
Referências
- https://comoinvestir.thecap.com.br/warren-buffett-estrategia-investimentos/
- https://www.sbcoaching.com.br/blog/governanca-corporativa/
- https://vexpenses.com.br/blog/governanca-corporativa/
- https://focanodinheiro.neon.com.br/investimentos/tudo-sobre-esg
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